- Quer beber alguma coisa?
- Quero. Mas trata-me por tu. Estamos entre amigos aqui.
- Estamos? Não conheço ninguém.
- Nem eu, mas estamos no nosso ambiente. São todos como nós.
- Como nós?
- Sim. Solitários à procura de um pouco de diversão. Não é isso que queres? Que queremos todos?
- Não sei. Não costumo falar pelos outros...
- Nós falamos sempre pelos outros. Falamos mais pelos outros do que por nós próprios, mas seja... Não é isso que queres?
- Isso o quê?
- ...diversão...
- Sim. Acho que sim.
- Achas?
- Não foi para isso que vim mas não me importo se levar alguma para casa.
- Nem eu.
- Já temos algo em comum...
- E onde é essa casa para onde a levarias?
- Ela quem?
- A diversão...
- Não é bem uma casa. É mais um quarto de hotel.
- Ainda melhor. Mais diversão podes levar para lá, nunca ficas com remorsos pelos estragos que fazes.
- Estragos?
- Sim. Estragos. Mobília marcada, quadros caídos, jarras partidas e candeeiros tombados...coisas assim.
- ...
- Não olhes assim para mim, fico embaraçada. O que é que foi? Nunca te aconteceu partires uma jarra ou tombar um candeeiro numa altura ou noutra?
- Não...
- É pena...tens de experimentar.
- Parece que sim.
- Mas onde é esse quarto de hotel?
- Na baixa. O “Lindley”.
- Tu estas no “Lindley”?
- Estou.
- Aquilo é fantástico. Só lá estive uma vez mas adorei. É mesmo muito bom.
- Queres ir lá outra vez?
- Fazer o quê?
- Não sei. Talvez divertires-te um pouco. Não é isso que queres? Não é isso que queremos todos?
- Aprendes rápido. Pode ser. Talvez ainda partas uma jarra ou duas...
- Quem sabe?
- Vamos?
- Vamos. Vou só pagar a conta e apanhamos um táxi à porta.
- Um cavalheiro...
- Quero. Mas trata-me por tu. Estamos entre amigos aqui.
- Estamos? Não conheço ninguém.
- Nem eu, mas estamos no nosso ambiente. São todos como nós.
- Como nós?
- Sim. Solitários à procura de um pouco de diversão. Não é isso que queres? Que queremos todos?
- Não sei. Não costumo falar pelos outros...
- Nós falamos sempre pelos outros. Falamos mais pelos outros do que por nós próprios, mas seja... Não é isso que queres?
- Isso o quê?
- ...diversão...
- Sim. Acho que sim.
- Achas?
- Não foi para isso que vim mas não me importo se levar alguma para casa.
- Nem eu.
- Já temos algo em comum...
- E onde é essa casa para onde a levarias?
- Ela quem?
- A diversão...
- Não é bem uma casa. É mais um quarto de hotel.
- Ainda melhor. Mais diversão podes levar para lá, nunca ficas com remorsos pelos estragos que fazes.
- Estragos?
- Sim. Estragos. Mobília marcada, quadros caídos, jarras partidas e candeeiros tombados...coisas assim.
- ...
- Não olhes assim para mim, fico embaraçada. O que é que foi? Nunca te aconteceu partires uma jarra ou tombar um candeeiro numa altura ou noutra?
- Não...
- É pena...tens de experimentar.
- Parece que sim.
- Mas onde é esse quarto de hotel?
- Na baixa. O “Lindley”.
- Tu estas no “Lindley”?
- Estou.
- Aquilo é fantástico. Só lá estive uma vez mas adorei. É mesmo muito bom.
- Queres ir lá outra vez?
- Fazer o quê?
- Não sei. Talvez divertires-te um pouco. Não é isso que queres? Não é isso que queremos todos?
- Aprendes rápido. Pode ser. Talvez ainda partas uma jarra ou duas...
- Quem sabe?
- Vamos?
- Vamos. Vou só pagar a conta e apanhamos um táxi à porta.
- Um cavalheiro...
- Então? Como correu?
- Correu tudo como previsto.
- Quando achas que o vão encontrar?
- Amanha de manha. O serviço de quartos vai dar com ele.
- Qual vai ser o resultado da autópsia?
- Overdose.
- Ele deu conta de alguma coisa?
- Não. Nem deu conta do que lhe aconteceu. Já sabes como sou. Sou sempre muito suave.
- Suave, suave... como seda turca.