A princípio não lhe era uma sensação estranha. Nem má. Aqueles pequenos grãos arredondados a entranharem-se por entre os dedos dos pés fizeram-no deslizar para um tempo em que ainda era livre. Lembrou-se das idas à praia nos fins-de-semana escaldantes. Das sombras projectadas na minúscula tenda às riscas. Do encher dos baldes. Daquela espuma salgada e instantânea que nunca conseguia agarrar. Lembrou-se dos castelos, de sonhar.
Não sabia bem se era da areia ou das drogas mas sentia-se nostálgico. Quanto mais areia sentia mais se recordava. As brincadeiras com os amigos de ocasião. Os jogos de futebol nos areais imensos. As corridas. Os empurrões para a água fresca e viva.
Não sabia bem porque se tinham lembrado de fazer aquilo mas também não interessava muito. Não se sentia mal e isso era o mais importante. Era por isso que tomava sempre mais uma dose, para não se sentir mal. E outra. E outra...
A areia caiu no peito e sentiu os corpos bronzeados. Suados. Ásperos do sal e da areia que se enroscavam nas toalhas mal estendidas por trás de um pára-vento mal amanhado. Ainda era livre nessa altura. Sentia-o e sabia-o agora que já não o era há algum tempo.
Tentou posicionar-se melhor mas sentiu alguma dificuldade em mover as pernas. Sentiu a areia mais pesada sobre o peito. Os movimentos saiam em câmara lenta e aprisionados pelas fortes amarras da areia molhada. Tudo parecia estar a acontecer a ritmos diferentes ou eles eram mais rápidos e mais fortes do que ele. Berrou mas eles não ouviram, ou se ouviram, já não estavam ali. Eles também não eram livres. Já não o eram há algum tempo.
Susteve a respiração e sentiu o peso da areia húmida a comprimir o peito, os pulmões prestes a explodir naquele tronco estreito. Forçou a situação o mais que pôde mas já podia sentir a areia a invadir os sentidos.
Não aguentou, e, a torrente de areia forçou a sua entrada. Sufocou em silêncio num túmulo de areia, água e sal.Os outros ainda continuaram a deitar areia durante algum tempo. Talvez daqui a um dia ou dois se lembrem do que fizeram. Ou não.
Não sabia bem se era da areia ou das drogas mas sentia-se nostálgico. Quanto mais areia sentia mais se recordava. As brincadeiras com os amigos de ocasião. Os jogos de futebol nos areais imensos. As corridas. Os empurrões para a água fresca e viva.
Não sabia bem porque se tinham lembrado de fazer aquilo mas também não interessava muito. Não se sentia mal e isso era o mais importante. Era por isso que tomava sempre mais uma dose, para não se sentir mal. E outra. E outra...
A areia caiu no peito e sentiu os corpos bronzeados. Suados. Ásperos do sal e da areia que se enroscavam nas toalhas mal estendidas por trás de um pára-vento mal amanhado. Ainda era livre nessa altura. Sentia-o e sabia-o agora que já não o era há algum tempo.
Tentou posicionar-se melhor mas sentiu alguma dificuldade em mover as pernas. Sentiu a areia mais pesada sobre o peito. Os movimentos saiam em câmara lenta e aprisionados pelas fortes amarras da areia molhada. Tudo parecia estar a acontecer a ritmos diferentes ou eles eram mais rápidos e mais fortes do que ele. Berrou mas eles não ouviram, ou se ouviram, já não estavam ali. Eles também não eram livres. Já não o eram há algum tempo.
Susteve a respiração e sentiu o peso da areia húmida a comprimir o peito, os pulmões prestes a explodir naquele tronco estreito. Forçou a situação o mais que pôde mas já podia sentir a areia a invadir os sentidos.
Não aguentou, e, a torrente de areia forçou a sua entrada. Sufocou em silêncio num túmulo de areia, água e sal.Os outros ainda continuaram a deitar areia durante algum tempo. Talvez daqui a um dia ou dois se lembrem do que fizeram. Ou não.
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