sábado, 12 de maio de 2007

Corvos negros

É triste ter uma semi-existência camuflada de vida.
Agora chega quase a ser natural, já não fazemos aquele esforço para fingir que vivemos e sentimos através de um outro.
É tão bom quando podemos ser nós próprios. Quando as luzes se apagam, deixamos o nosso corpo e gozamos em pleno esta nossa existência eterna.
Se estiverem atentos podem ouvir o bater suave das asas como as dos pássaros aprisionados.
No fundo, é isso que nós somos. Pássaros enjaulados. E batemos as asas e tentamos voar, pairamos no ar.

Presos naquela jaula orgânica. Invólucro desconfortável, privativo dos sentidos e do espaço, que nos prende ao chão com algemas invisíveis.
Escravos. É isso que nos somos. Escravos condenados a vigiar seres insignificantes e sem glória. Velar por eles.
Vagueamos por entre a multidão. Somos aquele que vos fixa sem razão aparente, somos aquele que vos olha de relance. Somos aquele que vos vigia, somos aquele que vos impede. Somos aquele que vos ajuda, somos aquele que vos perturba. Somos aquele que vos inspira.
Amas sofisticadas. Anjos da guarda. Anjos de companhia. Somos corvos negros ansiando a liberdade.

3 comentários:

belita disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
belita disse...

olá jorginho amigo,
cá estou eu então e desta vez pa cumprir o k m pedes e k axo ser meu dever, ou seja ajudar a melhorar (se bem k ñ há assim tto a fazer!) os teus textinhos e, efectivamente, os acentos não são o teu forte. E pk às vezes a compreensão do texto pode ser prejudicada pela sua falta há k usá-los, né? E como podes modificar qdo se kiser...
toma atenção à palavra 'nós', que devia ser acentuada e não ser 'nos' (isto na linha 9).

Jorge disse...

obrigado. vou já tratar disso.
vou ter de fazer um workshop em acentuação... abraço.