...
Não sei quantas horas estive inconsciente. Só me lembro daquele episódio repugnante que preferia esquecer. Devo ter desmaiado de seguida. Está tudo muito silencioso. Sinto-me fraco e apesar de tudo o que se passou sinto fome. Devo ter estado inconsciente mais tempo do que aquele que penso.
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Eles estão mortos. Todos. Por todo lado vejo vermes esticados. Funcionou. Morreram todos. Finalmente estamos livres. Vamos poder voltar para as nossas casas e os nossos países.
...
Continuo com fome. Por mais frutos que coma continuo com fome. Sinto-me fraco.
...
Passaram dez dias desde que acordei. Continuo com fome. Sinto-me cada vez mais fraco.
...
Estou cada vez mais fraco e mais forte. Não sei explicar. Sinto uma fome como nunca senti mas por outro lado os meus sentidos estão cada vez mais eficazes, consigo percorrer distâncias incríveis num curto espaço de tempo e a minha força aumentou consideravelmente. Continuo com fome.
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Vinte dias. Continuo com fome.
...
Já não sei quanto tempo. Já só sinto fome.
...
Fome.
...
Fome.
...
Ouvi passos distantes. Dirijo-me para lá mesmo antes de pensar nisso. Será que finalmente me vieram buscar? Ouço vozes, conversas soltas trazidas pelo vento. Espero que tragam comida. Tenho tanta fome.
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Encontrei-os. São um grupo de cinco. Armados. Militares de reconhecimento. Há qualquer coisa que não está bem. Não vou ter com eles e espero pelo momento certo. A chuva começa a cair. Continuo a segui-los de perto.
...
Encurralei-os numa escarpa. Alguma coisa está a tomar conta de mim.
...
A fome. Não consigo controla-la. Ataco-os de surpresa e sem piedade. As armas não me atrasam e as minhas feridas parecem sarar logo de seguida. Tento resistir mas não consigo. A fome tomou conta de mim. Sinto o odor do sangue a entrar-me no nariz, a inundar-me os pulmões e a inebriar-me os sentidos. Desfaço um dos cadáveres com os dentes. E mais um. E outro. Até não restar nenhum vestígio deles.
...
Levanto-me e vejo o meu reflexo numa poça de agua. O rosto ensanguentado e penso...
...
Parece que é verdade... sempre somos aquilo que comemos.
...
Tenho fome. Muita fome.
...
Acho que vou para casa. Não vão negar entrada a um dos seus.
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Não sei quantas horas estive inconsciente. Só me lembro daquele episódio repugnante que preferia esquecer. Devo ter desmaiado de seguida. Está tudo muito silencioso. Sinto-me fraco e apesar de tudo o que se passou sinto fome. Devo ter estado inconsciente mais tempo do que aquele que penso.
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Eles estão mortos. Todos. Por todo lado vejo vermes esticados. Funcionou. Morreram todos. Finalmente estamos livres. Vamos poder voltar para as nossas casas e os nossos países.
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Continuo com fome. Por mais frutos que coma continuo com fome. Sinto-me fraco.
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Passaram dez dias desde que acordei. Continuo com fome. Sinto-me cada vez mais fraco.
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Estou cada vez mais fraco e mais forte. Não sei explicar. Sinto uma fome como nunca senti mas por outro lado os meus sentidos estão cada vez mais eficazes, consigo percorrer distâncias incríveis num curto espaço de tempo e a minha força aumentou consideravelmente. Continuo com fome.
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Vinte dias. Continuo com fome.
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Já não sei quanto tempo. Já só sinto fome.
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Fome.
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Fome.
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Ouvi passos distantes. Dirijo-me para lá mesmo antes de pensar nisso. Será que finalmente me vieram buscar? Ouço vozes, conversas soltas trazidas pelo vento. Espero que tragam comida. Tenho tanta fome.
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Encontrei-os. São um grupo de cinco. Armados. Militares de reconhecimento. Há qualquer coisa que não está bem. Não vou ter com eles e espero pelo momento certo. A chuva começa a cair. Continuo a segui-los de perto.
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Encurralei-os numa escarpa. Alguma coisa está a tomar conta de mim.
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A fome. Não consigo controla-la. Ataco-os de surpresa e sem piedade. As armas não me atrasam e as minhas feridas parecem sarar logo de seguida. Tento resistir mas não consigo. A fome tomou conta de mim. Sinto o odor do sangue a entrar-me no nariz, a inundar-me os pulmões e a inebriar-me os sentidos. Desfaço um dos cadáveres com os dentes. E mais um. E outro. Até não restar nenhum vestígio deles.
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Levanto-me e vejo o meu reflexo numa poça de agua. O rosto ensanguentado e penso...
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Parece que é verdade... sempre somos aquilo que comemos.
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Tenho fome. Muita fome.
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Acho que vou para casa. Não vão negar entrada a um dos seus.
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