Enquanto caminhava sentia que já vinha tarde mas pensava constantemente que ainda dava tempo.
Tinha estado preso e não havia nada a fazer. Tinham-no vindo buscar a casa para um interrogatório. Quando ouviu o carro chegar pensou esperançosamente que tivesse chegado mais cedo mas mal afastou a cortina e os viu aproximar da porta percebeu imediatamente que era um mau sinal. Hoje não era um bom dia para o virem buscar. È claro que estava preparado mas o desanimo transparecia na sua cara barbeada de fresco.
Já tinha aquele marcado desde a última vez que tinham estado juntos. Uma sexta-feira à noite em que se sentia particularmente só, até ela aparecer.
Levaram-no para a esquadra e ele entrou calmo como de costume, já estava habituado a estas visitas. Era o melhor no seu ramo. Ao entrar, quase conseguiu sentir o cheiro dela a esvanecer, como quando ela saía da cama muito devagarinho. Estava a escapar-lhe.
Foi directo para a sala de interrogatórios e sentou-se na cadeira almofadada junto do gravador retrogrado. Pensou que talvez fosse rápido e ainda desse tempo, afinal ele já se preparava para aquilo há muito tempo. Ele entrou finalmente. Um homenzinho calvo e patético, um verdadeiro monte de lixo urbano.
Começou o interrogatório e o confronto com as provas foi esmagador, não havia maneira de escapar. Conseguiu uma confissão. Olhando para ele ninguém diria que aquele monte de esterco contemporâneo recrutava mulheres pela Internet que pouco tempo depois apareciam mutiladas a boiar no rio. Finalmente tinham-no apanhado, foi difícil mas conseguiram.
Já sentia o calor do seu corpo a deixar os lençóis foleiros que tinha na cama e enquanto caminhava sentia que já vinha tarde mas pensava que ainda havia tempo.
Quando finalmente chegou junto da porta viu o papel velho e rasgado enfiado na frincha larga entre a porta e a soleira. Só dizia isto: ”O teu tempo acabou, vemo-nos depois.” Amarrotou o papel com fúria, abriu a porta e atirou o casaco para cima do cabide. Sentou-se pesadamente no sofá e percebeu que tinha demorado imenso tempo para encontrar alguém como ela. Era cada vez mais difícil encontrar uma puta de qualidade.
Tinha estado preso e não havia nada a fazer. Tinham-no vindo buscar a casa para um interrogatório. Quando ouviu o carro chegar pensou esperançosamente que tivesse chegado mais cedo mas mal afastou a cortina e os viu aproximar da porta percebeu imediatamente que era um mau sinal. Hoje não era um bom dia para o virem buscar. È claro que estava preparado mas o desanimo transparecia na sua cara barbeada de fresco.
Já tinha aquele marcado desde a última vez que tinham estado juntos. Uma sexta-feira à noite em que se sentia particularmente só, até ela aparecer.
Levaram-no para a esquadra e ele entrou calmo como de costume, já estava habituado a estas visitas. Era o melhor no seu ramo. Ao entrar, quase conseguiu sentir o cheiro dela a esvanecer, como quando ela saía da cama muito devagarinho. Estava a escapar-lhe.
Foi directo para a sala de interrogatórios e sentou-se na cadeira almofadada junto do gravador retrogrado. Pensou que talvez fosse rápido e ainda desse tempo, afinal ele já se preparava para aquilo há muito tempo. Ele entrou finalmente. Um homenzinho calvo e patético, um verdadeiro monte de lixo urbano.
Começou o interrogatório e o confronto com as provas foi esmagador, não havia maneira de escapar. Conseguiu uma confissão. Olhando para ele ninguém diria que aquele monte de esterco contemporâneo recrutava mulheres pela Internet que pouco tempo depois apareciam mutiladas a boiar no rio. Finalmente tinham-no apanhado, foi difícil mas conseguiram.
Já sentia o calor do seu corpo a deixar os lençóis foleiros que tinha na cama e enquanto caminhava sentia que já vinha tarde mas pensava que ainda havia tempo.
Quando finalmente chegou junto da porta viu o papel velho e rasgado enfiado na frincha larga entre a porta e a soleira. Só dizia isto: ”O teu tempo acabou, vemo-nos depois.” Amarrotou o papel com fúria, abriu a porta e atirou o casaco para cima do cabide. Sentou-se pesadamente no sofá e percebeu que tinha demorado imenso tempo para encontrar alguém como ela. Era cada vez mais difícil encontrar uma puta de qualidade.
1 comentário:
oi jorginho,
então a vidinha?atarefadito né?a julgar pela falta dos teus tão maravilhosos textos e prolongada ausência...
beijinhos e tudo a correr bem
Ps: aimda falta tanto para o dia de reis!!!
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