Segundo me disseram isto são coisas que acontecem, mas...eu não estou muito convencido!
Estava eu a lavar descansadamente a louça do pequeno almoço quando espreito para a rua pelo canto do olho, e, não é que, vejo um filho da mãe (para não dizer outra coisa) a riscar-me o carro novinho ao passar um buraco! Até me doeu a alma! Nem sequer pensei duas vezes e saí logo a correr pelas escadas abaixo. Quase tropeçava nuns miúdos que trocavam tazos no fundo das escadas mas quando lá cheguei a besta já se tinha pisgado (nota para o próprio: IR MAIS VEZES AO GINÁSIO!) Fiquei no passeio a tentar lembrar-me da matrícula e a olhar para o meu carrinho (e a dizer mal da minha vida) quando o filho da Noémia do 3.o direito falhou um chuto e acertou com a bola num vaso da senhora Henriqueta do 2.o andar. As tulipas amarelas caíram-me mesmo em cheio na cabeça. O vaso também foi mesmo em cheio, é claro.
Caí estatelado no chão! Segundo me disseram não havia meio de acordar, por isso, acharam por bem chamar uma ambulância. Para minha sorte esta veio bastante rápido, mas, o grande bónus foi o estagiário com sede de conhecimento e de prática. Muita sede. Como não conseguiu sentir a minha pulsação (tenho as tensões extremamente baixas verdade seja dita – o meu médico diz que se eu estivesse a dormir me declarava morto, o que é bem provável... ele não é muito bom médico.), achou que estava em paragem cardio-respiratória. O rapaz sequioso como estava decidiu fazer a massagem com muito empenho. Um pouco mais até do que o que era necessário porque me partiu uma costela! Como partir uma costela dói qualquer coisita eu acordei. O rapaz ficou todo inchado de contentamento. O seu primeiro salvamento...até ter percebido que as dores toráxicas eram demasiadas para quem levou com um vaso na cabeça... Ligaram as sirenes e lá fui eu a todo gás para o hospital mais próximo.
Ao passar o cruzamento do LIDL bateram num Renault Clio. Caí da maca abaixo e bati com a cabeça outra vez. Nova perda de sentidos. Nova ambulância que veio socorrer a ambulância e lá vou eu para o hospital mais próximo...outra vez.
O médico que me atendeu perguntou-me o que se tinha pensado, e, eu, contei-lhe exactamente o mesmo que contei a vocês. Ele só me disse: ”são coisas que acontecem”. Não sei porque, mas, isso na altura, não me animou muito – tinha o carro riscado, a cabeça cheia de terra, uma costela partida e umas dores de cabeça que faziam lembrar as ressacas dos tempos de faculdade!
Lá fui para casa de autocarro e quando cheguei meti a mão ao bolso para tirar a chave... e não a encontrei lá. Não a tinha trazido quando desci as escadas a correr. Bati com a cabeça na porta (estúpido acto reflexo) e vi no fundo da porta um fiozinho de água a correr. A água da cozinha! Bati novamente com a cabeça na porta (desta vez com vontade!).
3 comentários:
Loooll... são coisas que... llool
O meu totó favorito, que bem que escreves. sim senhor, merecias um premio...a sério..olha mts beijinhos, tenho tantas saudades vossas...ah e já agora, que é isso de estar qs casado???to chocada e pronta pa sair da casca...
beijocas,
Carolzinha
Que rol de 'coisas que (realmente) nos acontecem' te foste lembrar tu!E todas elas muito susceptíveis de acontecer a qualquer digno ser humano.E que , magistralmente, te lembraste de juntar num só dia de desgraça....
Nota: outro acento - na linha 3 do parágrafo 5: 'porquê' em vez de 'porque'
jinhos
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