Eu tenho a certeza de que ele me anda a trair com aquela branquela! Tenho a certeza! Sempre reparei nos olhares prolongados, no humedecer dos lábios, nos cumprimentos demorados... mas ignorei. Nunca pensei que ele fosse fazer uma coisa dessas ao primo. Ele matava-o! Desde que ele se foi embora as dúvidas instalaram-se. Ele, ora ignora-me dias a fio, ora vai para o roupeiro e fica a olhar para os Sapatos durante horas. Ela é capaz de tudo. Bem sei como ela explorou aqueles anões estes anos todos, e agora sem dinheiro, sem nada, é capaz de tudo para voltar para a sociedade. Detesto que ela venha cá ao palácio mas ele insiste, dizendo que ela é família. Sabe que eu não gosto e ainda me obriga a ser eu a fazer o convite! Odeio-a. Não suporto vê-la assim tão magra, tão elegante. Deve ser uma daquelas dietas novas. Eu não consigo manter nenhuma, cada vez me apetece comer mais e cada vez estou mais gorda. Ela deve é passar fome, só pode ser isso, porque aquela boa forma na idade dela não é natural! Se ao menos eu conseguisse deixar de comer.
Lá vem ela e ele já a está a comer com os olhos. Olhem só: começa por baixo e vai subindo discretamente, discretamente. Qualquer dia apanho-os! Eu bem mando os meus espiões segui-lo mas eles nunca voltam. Qualquer dia não há um único rato na cidade. Ainda bem que a madrinha me deu umas dicas e eu lá consigo transformá-los em criados fiéis. Não confio em mais ninguém nestes assuntos tão particulares. Mas custa-me, fico sempre muito cansada. E com fome. A magia exige muito de mim.
Oh, ohh, lá está o aperto de mão suave, prolongado, suave, quase sensual... Eu vou descobrir. Já estou com fome só de me enervar...e ainda por cima depois de jantar temos o concerto de flauta daquele músico estranho e enfadonho. A música é completamente banal mas o meu marido adora-a. Eu por outro lado, sempre que ouço aquela flautinha insípida encho-me de tédio e de fome, e não é a jantar duas vezes seguidas que eu vou recuperar a minha silhueta!
Lá vão eles... conversinhas, segredinhos e risinhos. Eu vou apanhá-los, e, quando os apanhar eles vão ver! Vou pôr em prática mais um ou dois feitiços que a madrinha me ensinou... Ah! Javali assado, adoro javali.
Lá vem ela e ele já a está a comer com os olhos. Olhem só: começa por baixo e vai subindo discretamente, discretamente. Qualquer dia apanho-os! Eu bem mando os meus espiões segui-lo mas eles nunca voltam. Qualquer dia não há um único rato na cidade. Ainda bem que a madrinha me deu umas dicas e eu lá consigo transformá-los em criados fiéis. Não confio em mais ninguém nestes assuntos tão particulares. Mas custa-me, fico sempre muito cansada. E com fome. A magia exige muito de mim.
Oh, ohh, lá está o aperto de mão suave, prolongado, suave, quase sensual... Eu vou descobrir. Já estou com fome só de me enervar...e ainda por cima depois de jantar temos o concerto de flauta daquele músico estranho e enfadonho. A música é completamente banal mas o meu marido adora-a. Eu por outro lado, sempre que ouço aquela flautinha insípida encho-me de tédio e de fome, e não é a jantar duas vezes seguidas que eu vou recuperar a minha silhueta!
Lá vão eles... conversinhas, segredinhos e risinhos. Eu vou apanhá-los, e, quando os apanhar eles vão ver! Vou pôr em prática mais um ou dois feitiços que a madrinha me ensinou... Ah! Javali assado, adoro javali.
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